"É ASSIM QUE CONTRIBUIMOS PARA OBESIDADE!"

segunda-feira, 29 de março de 2010

Utilização da espessura de dobras cutâneas

A medida da espessura de dobras cutâneas pode ser utilizada em valores absolutos ou através de equações de regressão para a predição da densidade corporal ou da porcentagem de gordura corporal. Estas equações podem ser generalizadas, quando desenvolvidas a partir de estudos populacionais com grupos heterogêneos, ou específicas, que são propostas com base em estudos de grupos homogêneos.

São apresentadas na literatura dezenas de equações de predição de densidade ou de gordura corporal a partir da medida da espessura de dobras cutâneas, sendo que as mais utilizadas no Brasil são: DURNIN & WOMERSLEY (1974); FAULKNER (1968); GUEDES (1985); JACKSON & POLLOCK (1978); JACKSON, POLLOCK & WARD (1980); PETROSKI (1995).

Teoricamente, as equações generalizadas podem ser usadas para todos os tipos de indivíduos, porém seus resultados não são tão precisos quanto se desejaria. Já as equações específicas só devem ser utilizadas em indivíduos ou grupos que tenham características muito semelhantes às do grupo do qual foram obtidos os dados para a sua elaboração. Quando isso não é levado em consideração, verifica-se uma grande variabilidade nos resultados encontrados nas diferentes equações. Portanto a escolha de uma equação adequada para a análise da composição corporal em determinado grupo é fundamental para se obter conclusões confiáveis.

Para evitar erros acentuados é muito importante, quando da escolha de uma equação, verificar com base em que população ela foi elaborada: homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, indivíduos ativos, atletas etc. Com relação a atletas, cabe ressaltar que existem equações para diversas modalidades esportivas. É necessário levar-se em consideração que estas equações normalmente vêm de outros países, o que também pode causar equívocos com relação aos resultados.



Equações preditivas de gordura corporal

Existem dezenas de equações para a estimativa da densidade e da gordura corporal, por meio de medidas de dobras cutâneas, sendo que a maioria delas utiliza de duas a sete dobras.

Assim, apresentamos aqui algumas das equações mais utilizadas na área da saúde, em nosso país.


Equações para crianças e adolescentes (8 a 17 anos)


Slaughter et alii (1988)
Meninos brancos com somatória das dobras menor ou igual a 35 mm


Pré-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 1,7


Púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 3,4


Pós-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 5,5


Meninos negros com somatória das dobras menor ou igual a 35 mm
Pré-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 3,2


Púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 5,2


Pós-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 6,8


Meninos brancos ou negros com somatória das dobras maior que 35 mm
% G = 0,783 (tríceps + subescapular) + 1,6

Meninas brancas ou negras com somatória das dobras menor que 35 mm
% G = 1,33 (tríceps + subescapular) – 0,013 (tríceps + subescapular)2 – 2,5

Meninas brancas ou negras com somatória das dobras maior que 35 mm
% G = 0,546 (tríceps + subescapular) + 9,7


Equações para adultos

Equações de Guedes (1985)
Estudantes universitários de 17 a 27 anos de idade
D = 1,1714 – 0,0671 Log10 (tríceps + suprailíaca + abdominal)


Estudantes universitárias de 17 a 29 anos de idade
D = 1,1665 – 0,0706 Log10 (coxa proximal + supra-ilíaca + subescapular)


Equações de Petroski (1995)
Homens do sul do Brasil de 18 a 61 anos de idade
D = 1,10726863 – 0,00081201 (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha medial) + 0,00000212 (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha medial)2– 0,00041761 (idade em anos)


Mulheres do sul do Brasil de 18 a 61 anos de idade
D = 1,1954713 – 0,07513507 Log10 (axilar média + suprailíaca + coxa + panturrilha medial) – 0,00041072 (idade em anos)


Equação de Jackson & Pollock (1978)
Homens de 18 a 61 anos de idade

D = 1,10938 – 0,0008267 (torácica + abdominal + coxa medial) + 0,0000016 (torácica + abdominal + coxa medial)2 – 0,0002574 (idade em anos)

Equação de Jackson, Pollock & Ward (1980)
Mulheres de 18 a 55 anos de idade

D = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + supra-ilíaca + coxa medial) + 0,0000023 (tríceps + supra-ilíaca + coxa medial)2 – 0,0001392 (idade em anos).
Onde:
D = densidade corporal
% G = porcentagem de gordura corporal


Quando são utilizadas equações de estimativa de densidade corporal é necessário converter o resultado em porcentagem de gordura, o que pode ser feito utilizando-se a fórmula proposta por Siri (1961), no entanto, Lohman (1986) sugere que esta fórmula é adequada para homens de 20 a 50 anos, sugerindo diferentes constantes a serem utilizadas de acordo com idade e sexo, que são apresentadas na tabela abaixo.

Fórmula de Siri (1961)

Tabela 1. Correção de constantes para a fórmula de Siri (1961), adaptado de Lohman (1986)
Idade (anos)
Homens
Mulheres
07-08
(538/D) – 497
(543/D) – 503
09-10
(530/D) – 489
(535/D) – 495
11-12
(523/D) – 481
(525/D) – 484
13-14
(507/D) – 464
(512/D) – 469
15-16
(503/D) – 459
(507/D) – 464
17-19
(498/D) – 453
(505/D) – 462
20-50
(495/D) – 450
(503/D) – 459

 Padrões percentuais de gordura para homens e mulheres


Fonte:avaliacaofisica

Seja o primeiro a comentar

Postar um comentário

  ©2009-2010 PROF. FABIO BRASIL - OBESIDADE E EMAGRECIMENTO.

TOPO  

Related Posts with Thumbnails